segunda-feira, 20 de maio de 2013

Sou um homem alto, com o corpo bem definido pela Capoeira, musculação, natação e pelo Muay thai - uma arte marcial (boxe tailandês) originária da Tailândia.

Gosto de esportes, de vida ao ar livre; gosto do mar... e acho que por isso escolhi trabalhar onde trabalho - em frente ao mar.

Da ampla parede de vidro que separa meu local de trabalho - o hall da clínica - do mundo lá fora, vejo a praia de Copacabana. Um pedacinho da praia... a imensidão do mar, vejo quando subo ao átrio - 32º andar - sempre que é preciso.

Da parede de vidro, do olhar o mar - que trouxe meus antepassados - do movimento lá fora, do silêncio aqui dentro, apenas interrompido pelo zzzzz e clique dos dois elevadores que param e abrem suas portas.... zzzz e clique!  zzzz e clique!, do rumor silencioso de vozes que às vezes passam pela hall, das Marias da minha vida, das Marias (não todas) da clínica, surgiu a ideia de escrever.

Durante o meu trabalho, tenho de ficar como um poste: parado, sem emitir qualquer som, atento como uma lâmpada com sensor que sabe exatamente em que momento acender e logo apagar. E eu fico: sou um poste no interior do hall. Se você passar em frente à clínica, olhar pra dentro, verá um poste, com terno e gravata: eu.

Meu corpo está lá estático, minha atenção também. Mas, sabe que cansa ficar lá dia após dia inerte?
Então arrumei alguns artifícios para tornar meu tempo mais agradável... aproveitar o tempo quando tudo é o maior silêncio - porque a qualquer rumor de vozes, a qualquer zzzz clique!, volto a me tornar alerta, coloco minha atenção totalmente no espaço que é meu trabalho... silencio minha mente.

Porém, no silêncio total do hall, o barulho na minha mente é simplesmente fenomenal.

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